Líder de Taiwan "confiante" no aprofundamento da cooperação com Donald Trump

por Lusa
Ann Wang - Reuters

O líder de Taiwan, William Lai, disse hoje "estar confiante" de que a cooperação com os Estados Unidos vai ser reforçada depois da posse do presidente eleito Donald Trump, em janeiro.

"Taiwan está confiante de que vai continuar a aprofundar a cooperação com a nova administração, para resistir à expansão autoritária e criar prosperidade e desenvolvimento para ambos os países, ao mesmo tempo que contribui para a estabilidade e paz regionais", disse Lai, a partir de Palau.

O líder taiwanês exortou igualmente as democracias a "estarem mais unidas" contra os países autoritários.

A visita de Lai a Palau, um dos últimos 12 Estados a reconhecer Taiwan, é a última etapa de uma digressão pelo Pacífico que o levou também a dois territórios dos EUA, Havai e Guam, na primeira viagem desde que foi empossado em maio.

Em Palau, Lai insistiu que Taiwan e China "não são subservientes uma à outra" e reiterou que a ilha está ligada ao "sistema constitucional democrático e livre".

Esta digressão suscitou a ira da China. Pequim, que faz da soberania sobre Taiwan uma exigência não negociável, apelou aos Estados Unidos para que "deixem de enviar sinais errados" às "forças independentistas de Taiwan".

Treze navios de guerra chineses navegaram em torno de Taiwan nas últimas 24 horas, precisamente na véspera do regresso à ilha de William Lai depois da digressão.

Este é o número mais elevado registado desde 14 de outubro, quando 14 navios da marinha chinesa participaram nos exercícios Joint Sword 2024B, um exercício militar de grande escala em que Pequim simulou um bloqueio e tomada de controlo de portos e outras áreas importantes de Taiwan.

No último relatório diário, o Ministério da Defesa Nacional (MND) de Taiwan detetou igualmente a presença de 16 aviões militares chineses nas imediações do território insular, sete dos quais atravessaram a linha divisória do Estreito e entraram nas regiões norte, sudoeste e leste da autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan.

Lai, considerado "independentista e "agitador" pelas autoridades de Pequim, deixou Taiwan a 30 de novembro para uma viagem de sete dias, que incluiu ainda visitas às Ilhas Marshall e Tuvalu.

O líder da ilha aproveitou a visita a Guam, na quinta-feira, para manter uma conversa telefónica com o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Mike Johnson, com quem discutiu os desafios colocados pela China e o reforço da segurança no Indo-Pacífico.

 

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